Às vésperas do último fim de semana junino, muitos alagoanos e turistas já estão planejando o cardápio repleto de guloseimas juninas, para o tão esperado encontro com a família e amigos. Diante deste cenário, o cirurgião plástico Fernando Gomes, que atua no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, alerta para a necessidade de prevenir acidentes durante o cozimento dos alimentos à base de milho, evitando que a celebração não perca a sua principal característica: a alegria.
Segundo Fernando Gomes, a primeira medida a ser adotada é direcionar o cabo das panelas para a área do fogão. "Essa recomendação deve ser adotada todas as vezes em que alguém for usar o fogão para preparar um alimento. Mas, tão importante quanto, é manter as crianças distantes da cozinha e redobrar a atenção com todas as etapas da produção do alimento, principalmente quando envolve o uso do óleo, da água, do leite e do café quentes, além dos alimentos à base de milho, tradicionais neste período", orienta o cirurgião plástico do CTQ do HGE.
Mas, caso inevitavelmente o acidente ocorra, o especialista recomenda colocar a região queimada em água fria corrente até a diminuição da dor. "Após este procedimento, é necessário buscar, imediatamente, o atendimento médico na unidade de emergência mais próxima, que pode ser o pronto atendimento municipal, a UPA [Unidade de Pronto Atendimento] ou, nos casos extremamente graves, uma unidade hospitalar", explica Fernando Gomes.
Recomendação que foi seguida por Gessiane dos Santos Oliveira, de 36 anos, que teve quase 10% do corpo queimado no fim de semana passado, durante os festejos alusivos ao Dia de São João. Além do festejo junino, a data também era motivo de comemoração pela passagem do aniversário de uma das filhas de Gessiane, a primogênita de 10 anos.
Entretanto, durante o cozimento de pastéis para serem servidos da festa junina, ela conta que se distraiu e, acidentalmente, provocou a queda da panela, carregada de óleo quente. Com isso, a mãe de família sofreu queimaduras de segundo grau que atingiram o seu pescoço, tórax, mãos e coxas. A proporção só não foi maior porque, no exato momento, a sua filha menor, de 5 anos, estava distante do fogão.
As escaldaduras são as principais causas de lesões na pele causadas por queimaduras no HGE
"Na hora que aconteceu o acidente, eu gritei muito, de dor e de raiva. Minha mãe ficou assustada, o meu esposo ficou nervoso. Fui levada para o banheiro, onde fiquei debaixo do chuveiro por um tempo. Doía muito, parecia que só piorava a dor. Depois, o meu marido me levou para a UPA do Benedito Bentes, bairro onde moramos, que, após me avaliarem, me transferiram para o HGE. Eu cheguei em pleno São João e, graças a Deus, estou recebendo o tratamento que preciso para logo voltar ao meu lar", afirma Gessiane.
Repórter: Thallysson Alves
Repórteres Fotográficos: Beatriz Castro e Thallysson Alves
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